Ami Silverman, vice-presidente global de Vendas e Marketing na área de Consumo da Microsoft, fala sobre as mudanças de consumo geradas pela pandemia e o caminho da empresa para tornar suas soluções mais simples
“O Windows 11 foi todo desenhado para ser mais simples. Quando pensamos no mundo ao nosso redor e em como as coisas estão se movimentando, com todas as diferentes tarefas que cada ser humano precisa fazer durante o dia, achamos que era fundamental criar soluções de uso mais descomplicado.”
É assim que Ami Silverman, vice-presidente global de Vendas e Marketing na área de Consumo da Microsoft, define o o mais recente sistema operacional da companhia. Lançado em outubro, o sistema tem novo design, mais integração entre diferentes dispositivos e um menu de iniciar redesenhado por inteligência artificial.
Em entrevista dias após o lançamento do Windows 11, Ami falou à Época NEGÓCIOS sobre como a pandemia moldou novas formas de consumo em todo mundo (inclusive no Brasil) e quais as tendências que a empresa enxerga daqui para a frente. Ela lembra que estudar, trabalhar ou se entreter em casa não são hábitos exatamente novos. A pandemia, no entanto, foi um ponto de virada em relação à intensidade desses hábitos e, principalmente, na forma como as pessoas passaram a consumir.
“A magnitude do que aconteceu durante a pandemia fez com que muitas pessoas passassem a usar mais os dispositivos para consumo – além de entretenimento e trabalho. Isso foi resultado do maior tempo que as pessoas passaram em casa”, diz a executiva.
O mercado brasileiro
Parceira, no Brasil, da Via Varejo, Riachuelo e Cacau Show, entre outras gigantes do varejo, a Microsoft tem auxiliado o setor no caminho da transformação digital, a partir de soluções em nuvem – que vão desde serviços digitais para operação das lojas, passando por soluções para compra e e-commerce, até a análise do perfil dos consumidores da marca no pós-venda.
Sobre o mercado brasileiro, Silverman avalia que o Brasil tem avançado na digitalização. “Nós temos soluções no Brasil que têm sido mais digitais do que em outros países, porque os brasileiros se sentem confortáveis com isso”, afirma a VP. Este é um processo que, segundo ela, já acontecia antes mesmo da pandemia.
Ami, que chama os consumidores brasileiros de “fãs”, conta que o mercado aderiu rapidamente ao XCloud Cloud Gaming, serviço que permite o acesso a games a partir de PCs ou celulares pela nuvem, sem a necessidade de um console. O lançamento aconteceu na mesma data no México, Austrália e Japão, no fim de setembro.
“Mesmo antes da pandemia, o Brasil estava mais avançado, aproveitando as possibilidades dessas dessas soluções”, analisa. “Eu diria que eles os consumidores brasileiros são mais nativos digitais e têm mais consciência do que é o streaming”, acrescenta.
Futuro do consumo
Sobre as tendências de tecnologia e consumo, Ami diz que um dos pontos centrais é a maior simplicidade, que já pauta os lançamentos da empresa Outra tendência, segundo a executiva da Microsoft, é o uso harmônico de diferentes dispositivos, com uma integração cada vez maior entre os aparelhos.
Para Ami, as interações ao vivo com os serviços digitais são outro movimento que deve se tornar mais presente: “Porque a tecnologia avançou tanto que você não quer mais ficar aguardando no telefone e digitando números, quando você realmente pode ter o engajamento ao vivo, de forma mais rápida e mais humana”.
Os seres humanos querem, cada vez mais, respostas imediatas. Dentro dessa perspectiva, e pensando em interações mais humanas e rápidas, Silverman comenta que o metaverso – apesar de estar ainda nos primeiros passos – deve se tornar uma realidade. “Não é ‘futurismo’. Nós realmente vemos um crescimento desses recursos [do 3D e da realidade virtual] para os próximos anos”, destaca a executiva.
“E eu acredito que, com todas essas formas de lidar com tecnologia, o que estamos fazendo é colocar o consumidor no centro das decisões e dando a eles novas opções”, diz a executiva. “Tudo o que fazemos tem que envolver o consumidor”, finaliza.
Época NEGÓCIOS